O personagem principal, apesar de ex-estudante de Direito, é um homem extremamente pobre e que vive angustiado pela sombra de fazer algo importante. Ele divide os indivíduos em ordinários e extraordinários, numa tentativa de explicar a quebra das regras em prol do avanço humano. Seguindo esse preceito, o personagem planeja e concretiza, em meio a uma luta com sua consciência, a morte de uma agiota. Antes de fugir da cena do crime, porém, Raskólnikov também comete, a contragosto, levado apenas pela situação de surpresa, o assassinato de Lizavieta, irmã da velha agiota, pois ela havia aparecido no local inopinadamente. Raskólnikov rouba algumas joias, mas não chega a usufruir desse ganho e, sentindo-se arrependido, enterra-as sob uma pedra. Após tal fato e seus desfechos, o romance relata de maneira detalhista os dramas psicológicos sofridos pelo autor do homicídio.
Nesta obra, Kafka descreve um caixeiro viajante de nome de Gregor Samsa, que abandona as suas vontades e desejos para sustentar a família e pagar a dívida dos pais. Numa certa manhã, Gregor acorda metamorfoseado num inseto monstruoso. Kafka descreve este inseto como algo parecido com uma barata gigante. Nos primeiros momentos, o livro descreve as dificuldades iniciais de Gregor na nova forma. Uma ironia presente neste trecho do livro é que Gregor não se preocupa com sua transformação, mas sim com o o fato de estar atrasado para o trabalho. Quando Gregor, após muitas dificuldades, consegue abrir a porta, todos se assustam, inclusive o gerente, que sai a correr. O pai avança contra ele, forçando-o a entrar de volta no quarto. Após esse episódio, ele é demitido, sua família o rejeita e sua única companhia é ele mesmo. Apenas em alguns momentos a irmã mostra certa compaixão por ele.
No meio de uma evacuação em tempo de guerra, um avião britânico bate em uma ilha isolada ou próxima a ela em uma região remota do Oceano Pacífico. Os únicos sobreviventes são meninos na pré-adolescência. Dois meninos — o loiro Ralph e um garoto com excesso de peso e óculos, apelidado de "Piggy" — encontram uma concha, que Ralph usa como apito para reunir todos os sobreviventes em uma área. Ralph parece responsável por reunir todos os sobreviventes, então imediatamente comanda alguma autoridade sobre os outros garotos e é rapidamente eleito seu "chefe". Ele não recebe os votos dos membros de um grupo de meninos, liderado pelo ruivo Jack Merridew, mas permite que eles formem uma turma separada de caçadores. Ralph estabelece três políticas principais: divertir-se, sobreviver e manter constantemente um sinal de fumaça que poderia alertar os navios que passavam sobre sua presença na ilha e assim resgatá-los.
O Príncipe (em italiano, Il Principe) é um livro escrito por Nicolau Maquiavel em 1513, cuja primeira edição foi publicada postumamente, em 1532. Trata-se de uma das teorias políticas mais elaboradas pelo pensamento humano e que tem grande influência em descrever o Estado desde a sua publicação até os dias de hoje, mesmo os sistemas de governo já serem variados. No mesmo estilo do Institutio Principis Christiani de Erasmo de Roterdã, o intuito de O Príncipe é descrever as maneiras de conduzir-se nos negócios públicos internos e externos, e fundamentalmente, como conquistar e manter um principado, ou seja, um guia para como se chegar e manter-se no poder. O tratado político possui 26 capítulos, além de uma dedicatória a Lourenço II de Médici (1492–1519), Duque de Urbino. Mediante conselhos, sugestões e ponderações realizadas a partir de acontecimentos anteriores na esfera política das principais localidades de então, o livro pretendia ser uma forma de ganhar confiança do duque, que lhe concederia algum cargo. No entanto, Maquiavel não alcançou suas ambições.
O livro relata a viagem de Dante ao Inferno, ao Purgatório e ao Paraíso. O poeta Virgílio o acompanha tanto ao inferno – um vale nas entranhas da terra – como ao Purgatório, local onde as almas se purificam dos pecados capitais. Beatriz, a musa de Dante, o conduz ao Paraíso, formado por nove céus.
Escrito originalmente em italiano vulgar baseado no dialeto toscano da época e bastante semelhante ao italiano atual (e não em latim, como fazia-se comum à época), trata-se de um poema articulado por trilogias, entre elas as formadas por Razão, Humano e Fé, Onça, Leão e Loba, Pai, Filho e Espírito Santo. Como sugerido pelo próprio nome, a história tem um final feliz: na época em que Dante escreveu o poema os textos eram separados entre Comédia, obras dotadas de finais felizes, e Tragédias, com finais contrastantes aos das Comédias, segundo o Sentido Aristotélico das Palavras.
Muitos dos trabalhos de Lovecraft foram diretamente inspirados por seus constantes pesadelos, o que contribuiu para a criação de uma obra marcada pelo subconsciente e pelo simbolismo. Suas maiores influências foram Edgar Allan Poe, por quem Lovecraft nutria profunda afeição, e Lord Dunsany, cujas narrativas de fantasia inspiraram suas histórias em Terras de Sonho. Lovecraft é um dos poucos autores cuja obra literária não tem meio-termo: volta-se única e exclusivamente para o horror, tendo como finalidade perturbar o leitor, depois de atraí-lo para o ambiente e o clima daquilo que lê. Muitas vezes, H. P. Lovecraft parte de uma situação, à primeira vista, banal para, paulatinamente, revelar o horror por trás dela.
Além da atmosfera banal, outro ingrediente da fórmula lovecraftniana para seduzir o leitor é o uso da primeira pessoa: a maior parte de seus contos — como O Chamado de Cthulhu, Um Sussurro nas Trevas, A Cor que Caiu do Céu, Sombras Perdidas no Tempo e Nas Montanhas da Loucura — é narrada em primeira pessoa. Em algumas histórias, todos os acontecimentos são vividos pelo narrador, como em Sombras Perdidas no Tempo. Em outras, o narrador convive com alguns personagens e toma parte dos fatos (em geral, a pior delas).
A Arte da Guerra continua sendo o texto de estratégia mais influente na guerra do Leste Asiático e influenciou o pensamento militar do Extremo Oriente e do Ocidente, táticas de negócios, estratégia legal, política, esportes, estilos de vida e além.
O livro contém uma explicação detalhada e análise das forças armadas chinesas do século V a.C. de armas, condições ambientais e estratégia para classificação e disciplina. Sun Tzu também enfatizou a importância dos agentes de inteligência e espionagem para o esforço de guerra. Considerado um dos melhores estrategistas e analistas militares da história, seus ensinamentos e estratégias formaram a base do treinamento militar avançado por milênios.
Como personagem central se tem o Sonhador, que em uma das noites brancas da capital São Petersburgo apaixona-se por Nástienka. Nesta obra, diferentemente de outras, em que a preocupação social é a diretriz para o enredo, desta vez encontramos um Dostoiévski romântico, lúdico. O personagem principal, que ao contrário das versões teatrais e cinematográficas, não tem nome, vaga errante pela "noite branca" de São Petersburgo.
Ao longo das quatro noites seguintes, o protagonista se apaixona pela moça e conhece a sua inusitada história: Nástienka vive atada com um alfinete à saia da avó cega e ao lado da criada surda. Quando um novo inquilino chega a sua casa, ela vê a possibilidade de escapar de sua solidão. O misterioso homem um dia deixa a casa, prometendo que voltaria depois de um ano, quando tivesse condições de casar-se com ela. Quando o protagonista encontra Nástienka na ponte sobre o rio Nieva, estamos exatamente no dia marcado para o reencontro. Mas nenhum dos três personagens pode prever o que o destino preparou para eles.
1984 mostra uma futura realidade distópica ocorrida no ano de 1984. Nessa realidade, a Inglaterra é comandada por um regime totalitarista em que todos são vigiados pelo Grande Irmão. Winston Smith, protagonista da narrativa, questiona o poder vigente. O romance, publicado em 1949, está associado ao modernismo inglês.
"O livro possui elementos realistas, caráter distópico, crítica sociopolítica, reflexão filosófica e ironia. Dessa forma, George Orwell critica o totalitarismo e a manipulação da verdade, algo que começou a ficar em evidência após a Segunda Guerra Mundial, contexto de produção dessa obra."
"Memórias do subsolo" é um pequeno romance publicado em 1864. Considerada uma obra precursora do existencialismo e da psicanálise, traz na primeira parte o monólogo de um homem amargurado e amargo, um homem subterrâneo, sem nome ou relações sociais, um empregado aposentado, em cuja própria existência não vê nenhum sentido, e que se dirige diretamente ao leitor. Tenta envolvê-lo, convencê-lo e comovê-lo com hipóteses sobre si mesmo e sua possível redenção, talvez via a ação, nem que seja fazer o mal — para afinal concluir que o melhor é não fazer nada. Na segunda parte, numa espécie de fluxo de consciência (técnica narrativa que seria mais tarde levada ao limite por Joyce), surgem as duras lembranças de situações e discursos que, numa sociedade hierarquizada, submetem e emparedam os humilhados e ofendidos.Todo homem tem algumas lembranças que ele não conta a todo mundo, mas apenas a seus amigos. Ele tem outras lembranças que ele não revelaria nem mesmo para seus amigos, mas apenas para ele mesmo, e faz isso em segredo. Mas ainda há outras lembranças em que o homem tem medo de contar até a ele mesmo, e todo homem decente tem um considerável numero dessas coisas guardadas bem no fundo. Alguém até poderia dizer que, quanto mais decente é o homem, maior o número dessas coisas em sua mente.